nunca gostei do ditado “fazer do limão uma limonada”. deixe o limão ser o limão, na sua verdidão amarga, na necessária acritude que ele empresta a tudo. e o sentido embutido na frase é de que é preciso transformar o suposto ruim, ou aparentemente improdutivo, em algo melhor, mais saboroso. pensei hoje que é tempo da preposição “em”, mais do que da sua prima “para”, finalista e resultadeira. cair em si, ficar em casa, olhando os limões. ontem vimos mais um do joseph losey, o criado, com esse ator dirk bogarde, um nome que meu pai repetia sempre, assim como rita hayworth, ingrid bergman e anthony quinn. mas tinha também a elba ramalho. meu pai adorava as pernas da elba ramalho. nunca gostei muito dela e uma vez sonhei que ela era uma roda gigante.