meu pai dizia que gostaria de ter sido ou um empresário de sucesso do ramo da siderúrgica ou um guarda de trânsito ou presidente do brasil. parece absurdo, mas não é, porque eu também me pego querendo ser uma líder política, de vez em quando. num lance retórico inolvidável, eu conseguiria unir a esquerda em torno de dois nomes intercambiáveis – presidente e vice. se não conseguissem decidir, por vaidades várias, tirassem no palitinho. digamos, os nomes poderiam ser miro e fula, ou carina e shadad ou pino e roulos. mas eu os convenceria, no meu delírio megalômano mágico-mítico. o joão achava que lasagna vinha de lazio, mas não. vem de lasania que, no latim vulgar, significa um pote para cozinhar. mas não foi por isso que hoje errei na lasanha, foi por não ter percebido que a massa não era pré-cozida. o miro e o fula precisam entender que a massa não é pré-cozida e que se puser no forno assim, vai dar errado também. e que lasanha não vem, não vem, não vem de lazio nem de roma nem da toscana, mas vem de pote de comida, pelo amor de deus, vem de pote de comida.