respondi no twitter do sinistro da educação, que comparou a apreensão de vinte e nove celulares com o nazismo. se tem uma coisa que me pega pelo nervo trigêmeo do fígado é falar de nazismo, é fazer qualquer comparação com nazismo. não adiantou de nada, claro, como nada adianta, mas distensionou um pouco o nervo, que estava inflamado. depois dessa tarefa não hercúlea, mas sisífica, lavei a louça e fiz feijão. quase terminando o rastro dos cantos, do bruce chatwin, sonho com um nomadismo interno, em que me desloco de um canto a outro do corpo, cantando os rastros que as pegadas do tempo deixaram em cada parte: aqui a vacina contra sarampo, aqui o machucado de quando fui arrastada por um cachorro, aqui a cicatriz da gravidez tubária, aqui o fio de barba de bruxa único no queixo, aqui o cascão do calcanhar seco, aqui uma ferida no coração de uma fossa antiga e nunca completamente recuperada. de manhã conversei por quase duas horas com um amigo com quem achava que estava brigada. mas foi dizermos alô e desbrigamos tudo. tenho até medo de enunciar que alguma coisa parece estar se mexendo. ups, disse. deixar os caras com medo, desorientados. será que vai adiantar, meu deusinho, ou será que vai atrasar ainda mais esse relógio coarctado?